Crônica


Sozinha 

Eu sempre fui fechada. As pessoas abrem os braços pra mim e eu me fecho, quanto mais os abraços abertos, mais me engolho. Não culpo ninguém, nem seus afetos ou preocupações. Eu sempre quis entender o que tem de errado comigo. De uma coisa eu sei, sempre quis fazer tudo sozinha, se eu ganhei foi porque fui atrás, se eu perdi porque vacilei, se recuperei foi porque insisti e tive de volta, desde pequena aprendi as coisas sozinhas, testando, observando, tentando, e principalmente errando. Acho que me acostumei com a solidão, com meu silêncio, com meus problemas que eu resolvo, mas as vezes não consigo, me atrapalho toda e pronto, estou sofrendo as consequências, nesse momento deveria pedir ajuda, mas não, sigo levando e tentando achar solução (ainda sofrendo as consequências). Alguém avista meu sofrimento,me estende a mão, e recuso. Não é porque não confio, ou porque tenho medo. É porque aprendi a me virar sozinha e acho que consigo resolver. Mas sabe, tenho apenas 20 anos e da vida, nada sei.
Então porque ainda me recolho e não deixo ninguém me ajudar? Porque prefiro fazer tudo sozinha, se posso ter apoio? E quando não consigo, sofro com tudo?
E esses dias eu me observei, minhas falas, e no outro dia, ou dois dias apenas, perguntei pro ouvinte se lembrava do que eu tinha dito. E sabe qual foi a resposta? "Não lembro".
Pode ser frescura, egocentrismo, infantilidade, drama, mas se te conto uma coisa e logo depois esquece, porque vou aceitar seus abraços abertos? 



    Att Isabele Pontes 

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